Governo argentino aumenta crise anunciada

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Imagem Folha/Reuters

Nodebate – A Argentina de Mauricio Macri caminha para mais aprofundamento da crise econômica instalada e com consequências imensuráveis no social. Nada de novo neste cenário, considerando os ingredientes jogados nesta massa econômica, chamada neoliberalismo. A visão apenas em fundamentos lógicos de mercado, decididos por organismos internacionais, guardiães deste modelo que posto na globalização, não consegue ascender socialmente nenhuma nação nos últimos tempos.

O consenso de Washington, da década de 90, com uma receita aplicável para a solução de crises em países pobres, no seu auge consegui o seu intento, levar muitas nações a uma profunda crise, com dívidas impagáveis e dependência do setor financeiro – atingindo o seu objetivo de um capitalismo técnico que atende a um grupo seleto externo.

Como critério mais simples para qualquer governo moderno seria tornar o Estado do bem-estar social e transformá-lo em governabilidade terceirizada, com venda irrestrita de todas as empresas estatais, dentre elas petróleo, telecomunicações e eletricidade. Hoje enfraquecido com popularidade que não chega a casa do 3%, o governo brasileiro, liderado por Michel Temer, caminha nesta estrada de mãos dadas com o argentino Macri.

O canto da sereia está no discurso de que, uma substancial melhoria da economia, se privatizada, o resultado positivo desta fórmula levaria, efetivamente, a alavancagem da qualidade de vida de uma massa pobre latino-americana, neste contexto. No final, como tantas experiências mundo afora, somente mais aumento de tarifas, impostos, redução de assistência social a quem realmente necessita, como solução para uma sociedade em crise.

No setor público continuam as mudanças, com privatização da educação e mais gente com dificuldade de chegar à universidade para mais conhecimento, qualidade profissional para este mercado com redução de vagas, com mão de obra precarizada, com baixíssimos salários e muitas horas de trabalho. A saúde nas mãos do mercado, aprofunda o descaso, sem conseguir atender os mais necessitados, com aumento de lucros, enfim.

Parece que esta fórmula eleva a condição de vida de lideranças de plantão que se propõem a colocar em prática a fórmula, com excelentes resultados para uma minoria politizada já acostumada com ganhos fáceis, com recursos públicos. O grosso da sociedade, abaixo da linha média da sociedade, convive com mais marginalidade, desigualdade social e de renda.

Na Argentina, como descreve o jornal folha de S. Paulo (8/5), Macri ainda aumenta mais o drama dos argentinos, submeterá a nação à receita neoliberal do FMI, que os brasileiros conhecem de tempos pretéritos inesquecíveis. “O objetivo é conseguir um empréstimo de US$ 30 bilhões. Macri disse que tomou a decisão para proteger o salário dos argentinos.” Como era de se esperar as panelas aumentam o tom na nas ruas argentinas, um triste drama anunciado.