A América Latina entra em um novo ritmo com as mudanças políticas dos últimos anos, com saídas de governos radicalmente de direita ou neoliberais, aqueles que entendem que a solução para qualquer crise é a redução do tamanho do Estado, com ataques ao estado do bem-estar social.
Na Colômbia, Gustavo Petro vem dando passos importantes de negociação com Nicolás Maduro, com abertura de fronteiras, depois de muitas turbulências entre os dois países com interferência de políticos colombianos aliados de primeira hora dos EUA, envolvendo uma oposição venezuelana com discurso conservador e entreguista, aliado anteriormente ao governo do americano Donald Trump. Em tempo, Juan Guaidó se tornou uma piada e de mal humor.
Pensar um país da região deveria resultar em concepção estratégica de toda a América Latina, mas ao contrário, a história se repete, com uma divisão política orquestradas por players interessados na exploração regional, no que se refere à riqueza do solo e consumo.
Assim, tornando os latino-americanos uma espécie de celeiro de commodities e consumidores de produtos, para enriquecimento externo – sem abertura para industrialização e investimento em tecnologia regional. A palavra, portanto, é negociação e união de forças.
A vitória de Lula no Brasil traz uma vigorosa vitória para este pensamento de união, o qual já sinalizou aproximação com os países de visão social da região, como é o caso da Argentina, Colômbia, Bolívia e Venezuela, Chile, ainda que a questão seja complexa, que exige ampla discussão, mas ecaminhada.
Pensar democracia por aqui exige muita atenção, afinal, pode ser sinônimo de exploração, cuja liberdade e justiça não resultam em reflexo para a maioria da população, quando se tem uma elite enfeitiçada por New York, Londres, Paris.
A “derrota” de Trump e de seus seguidores nos EUA, neste momento também é uma boa notícia para a região. Primeiramente reduz qualquer visão otimista do bolsonarismo radical no Brasil e aliados do conservadorismo americano com as antenas ligadas nos conflitos da região.
Não se deve esquecer da personalidade do Tio Sam que será sempre pela concentração de poder regional, como pensou os idealizadores de uma “pátria grande” que abarcasse parte da América Latina. Realidade conhecida pelo México que perdeu importante recorte de seu território, com aumento de terras e poder do EUA.
Se historicamente a estratégia de divisão funcionou na região, e pensando nisso a Argentina tem papel fundamental nas próximas eleições, na escolha de novo presidente, cuja situação é complicada para o atual presidente, Alberto Fernández e o Kirchnerismo, tendo nos calcanhares dívida impagável feita nos tristes tempos Maurício Macri e seu grupo político.
Porém, como parece ser, a exemplo de movimentos políticos latino-americanos, os argentinos formam uma população com propostas sociais definitivas e conscientes de seu lugar nestas disputas políticas.